Trecho retirado do livro: As Descobertas Médicas de Dr. Edward Bach
De 1930 a 1936, Bach usou somente os remédios à base de flores silvestres no tratamento de todos os casos de doenças e enfermidades que a ele chegaram e os resultados justificaram plenamente sua convicção de que os verdadeiros agentes de cura estavam contidos em plantas e árvores benéficas da natureza; um fato reconhecido séculos atrás, quando as flores silvestres eram os únicos meios de cura usados pela humanidade.
Além disso, sua ambição de encontrar remédios puros e simples, que auxiliariam no processo de cura sem reações dolorosas ou angustiantes no paciente, tinha se realizado, pois os trinta e oito florais curam suave e seguramente como não há plantas venenosas entre elas, não há medo dos efeitos prejudiciais provenientes de super dosagens ou indicações incorretas.
Tais remédios podem também, se desejado, ser usados juntamente com outros tratamentos e remédios, pois isso não diminui seus efeitos benéficos e o método de prescrição é tão simples, que eles podem ser mantidos em casa e usados por qualquer pessoa, como eram, e ainda são em certas partes do país, os remédios de Culpepper e outros antigos herbalistas.
Com o auxílio dos dezenove remédios do segundo grupo, Bach obteve resultados excelentes em casos que não tinham respondido totalmente aos remédios do primeiro grupo e ele ficou satisfeito com o fato de que, ao longo de seus anos de pesquisa e experiência na medicina ortodoxa, não tinha descoberto nada que se comparasse com os poderes curativos desses trinta e oito florais.
Enfermidades obstinadas e de longa duração rendiam-se ao tratamento, ás vezes num espaço curto de tempo notavelmente curto e os pacientes, cujas vidas tinham se tornado uma carga por causa de doenças menores, como resfriados, dores de cabeça, frieiras, ou sofriam enormemente de hipertensão, preocupações, medos e depressões, embora não fisicamente doentes, recuperavam não apenas sua boa saúde, como também um sentimento de bem-estar e felicidade que nunca tinham esperado alcançar.
Um homem, portador dos efeitos secundários de neurose de guerra, não suportava ficar num aposento fechado, pulava ao menor ruído e ficava abalado e sem fala quando os carros passavam por ele na rua. Todas as noites tinha sonhos aterrorizantes dos quais acordava gritando, tremendo e banhado em suor e isso fazia temer a hora de dormir. Estava extremamente inquieto, em terror contínuo de algo indefinido e temendo fazer alguma coisas desesperada, se sua condição não melhorasse.
Sua saúde física era péssima; sofria de séria indigestão, flatulência e constipação, juntamente com uma persistente dor nas costas.
Foi-lhe dada uma prescrição dos seguintes remédios: Rock Rose para o terror; Cherry Plum para seu medo de fazer alguma coisa descontrolada; Aspen para seu medo do desconhecido; Mimulus para seu medo das pessoas e dos ruídos; Sweet Chestnut para a angústia mental quase insuportável; Scleranthus para seu estado mental incerto,desequilibrado; e Agrimony para sua inquietude.
Na semana seguinte, ele relatou que se sentia mais calma; tinha passado três noites sem sonhar e a dor nas costas tinha se reduzido. A indicação foi repetida e o paciente não foi visto por um mês,quando relatou uma grande melhora.
Tinha tido apenas um sonho aterrorizante nesse período; sua indigestão estava definitivamente melhor; os intestinos funcionavam normalmente e
— mais importante de tudo para ele — descobriu que agora podia jantar na cantina de seu local de trabalho,em vez de sair pra comer. Sentia-se muito mais confiante na cura,mas o tráfego e barulhos repentinos ainda o preocupavam.
Os remédios Mimulus, Agrimony, Aspen, Honeysuckle e Larch foram então indicados.
Honeysuckle foi acrescentado devido á sua tendência em deixar seus pensamentos retornarem muitas vezes ao passado e á origem de sua condição; e Larch para ajudá-lo a recuperar a completa confiança em si mesmo.
O paciente não foi visto por oito meses, quando, então, relatou que tinha se sentido tão bem, que não tinha necessidade de mais doses. Perdera inteiramente seus medos e terrores, estava dormindo bem e sentia-se mais feliz e contente do que o fora em vinte anos. Considerava- se curado, exceto por surtos ocasionais de depressão e um leve retorno da indigestão.
Os remédios Scleranthus, Mimulus, Rock Water, Gentian e Mustard foram, então administrados: Scleranthus para manter o equilíbrio e certeza de recuperação; Mimulus para seu medo de comer certos alimentos no caso de que pudessem lhe causar desconforto; Rock Water porque tinha se transformado num homem de princípios rígidos, com um modo de vida muito estrito; Gentian e Mustard para seus surtos de depressão e melancolia.
Essa combinação de remédios foi repetida por três semanas e ele continuou a vir em intervalos durante os próximos meses, pois, embora se sentisse muito bem, disse que lhe dava confiança saber que tinha um frasco de seus remédios na casa.
Um outro homem tinha se intoxicado por gás durante a Grande Guerra e sua respiração ainda era difícil algumas vezes; também tinha sérias crises de dores e problemas gástricos,o que interferia enormemente com seu trabalho.
Era um homem de pontos de vista bastante decididos, extremamente capaz, mas ligeiramente dominador em seus modos; essas características indicavam o remédio Vine. Ressentia-se de sua incapacidade respiratória, culpando as circunstâncias da origem dela, para o que foi-lhe administrado Willow; e os eventos passados ocupavam grande parte de suas conversas, indicando Honeysuckle.
Durante as crises, tornava-se assustado — Mimulus; indeciso —Scleranthus; sofrendo de intensa depressão — Mustard.
Esses seis remédios foram tomados por quatro semanas e, no final desse período, sua condição melhorou tanto que ele se encheu de esperanças e perdeu seus temores e se libertou da depressão.
Continuou o tratamento durante os meses de inverno, que eram os piores para sua condição, mas através dos quais passou, para sua surpresa, com muito pouco desconforto.
As indicações variaram de acordo com a mudança de seus estados mentais; certa vez tornou-se muito preocupado, temendo que sua esposa estivesse seriamente doente e isso causou o retorno da dor gástrica e da dificuldade em respirar.
A excessiva preocupação com outra pessoa indicava Red Chestnut, que lhe foi administrado juntamente com Clematis, pois ele tinha perdido todo o interesse por seu trabalho, entrando num estado sonhador, com seus pensamentos continuamente voltados para sua esposa.
De uma outra vez, após um período duro de trabalho, sentia-se tão fraco e esgotado que não tinha forças para continuar e sua mente tornou-se tão cansada, que não conseguia parar de pensar no trabalho continuamente desenvolvendo conversas mentais e confundindo problemas. Para o primeiro estado, foi lhe administrado Olive e para o último White Chestnut e, com o auxílio destes dois remédios, logo recuperou sua força e a paz mental normal.
Por volta do final do ano, tinha esquecido completamente suas queixas originais, voltando para se tratar ocasionalmente devido a resfriados, leves dores reumáticas nas pernas e coisas semelhantes.
